Ter a capacidade de identificar e gerenciar as próprias emoções, exercer o autocontrole frente a situações desafiadoras ou adversas e cultivar boas relações interpessoais são algumas das competências socioemocionais que hoje fazem a maior diferença no mercado de trabalho.
Ou seja, cada vez mais, não é apenas o conjunto de habilidades técnicas que determinam o futuro profissional de uma pessoa. A desenvoltura para o convívio com outros profissionais, a maioria deles com uma bagagem cultural diferente, é uma característica valorizada na medida que favorece ambientes acolhedores e produtivos para todos. Se para você é importante estar antenado com as principais tendências do mercado de trabalho, confira neste texto um pouco mais sobre as competências socioemocionais mais valorizadas.
Conheça os princípios das competências socioemocionais
Embora a demanda por habilidades sociais e emocionais – tão entrelaçadas entre si que podemos facilmente reuni-las sob o termo socioemocional – seja crescente no mercado de trabalho, elas não se restringem à atuação profissional.
Isso porque antes mesmo de o indivíduo chegar ao mercado de trabalho, as competências socioemocionais são exigidas de modo amplo: nos vínculos familiares, nas amizades e relacionamentos amorosos, nos estudos, no trânsito e, não menos importante, no desenvolvimento do ser humano como indivíduo e cidadão.
Um ponto básico da vida em sociedade é que ela só ocorre mediante interações com outras pessoas. Desse contato e dessa troca é que resultam a cooperação e o estreitamento afetivo, assim como conflitos e problemas derivados das múltiplas diferenças implicadas no processo da comunicação.
Muitas vezes, as tensões provocadas nesse contexto podem impactar nossas vidas emocionais. Para administrar esses possíveis conflitos e torná-los benéficos ou, ao menos, não permitir que eles prejudiquem a nós e o nosso entorno, é preciso desenvolver a inteligência emocional e interpessoal.
Os conhecimentos a respeito das competências socioemocionais estão alicerçados em diversos estudos ao longo dos anos e são complementares ao raciocínio lógico e matemático.
O marco inicial nesse campo de conhecimento é a teoria das inteligências múltiplas proposta por Howard Gardner na década de 1980. Sua pesquisa apontou que a cognição humana abrange, entre outros aspectos, a inteligência intrapessoal (autoconhecimento e autocontrole) e a inteligência interpessoal (compreensão do outro).
Na esteira dessas pesquisas veio a publicação, em 1995, do livro Inteligência Emocional, do jornalista especializado em psicologia Daniel Goleman. Nessa obra ele propôs, em contraposição ao Quociente de Inteligência (QI), o Quociente Emocional (QE).
Conforme Goleman, o QE envolve empatia, sensibilidade social, automotivação, organização e liderança de grupos, negociações, soluções de problemas interpessoais e demais questões socioemocionais.
As competências socioemocionais no mercado de trabalho
Uma ideia que já se tornou lugar-comum entre os recrutadores é a de que um profissional é contratado graças ao seu perfil técnico, mas que sua permanência dentro da organização depende de sua inteligência emocional.
A base para essa leitura de cenário é que a capacidade para trabalhar em equipe, tomar decisões, liderar, negociar com clientes ou colegas de trabalho, debater e lidar com pensamentos divergentes (situações corriqueiras em qualquer ambiente corporativo) envolve muito jogo de cintura, o qual vai além da racionalização e da lógica.
Além desses aspectos, é importante o profissional estar atento a um detalhe: até o seu bom desempenho técnico dependerá do seu bem-estar mental. A ansiedade, problemas psicossomáticos e crises de esgotamento como o burnout estão associados a turbilhões psicológicos que poderiam ser solucionados ou minimizados com o uso de competências socioemocionais.
Diante de um mercado de trabalho cada dia mais exigente, competitivo e que pressiona os profissionais a estarem sempre atualizados e a apresentarem um ótimo desempenho, tais habilidades chegam a ser uma questão de sobrevivência.
A importância de ter competências socioemocionais bem estruturadas no trabalho e nos estudos levou o Ministério da Educação a determinar a inclusão de disciplinas comportamentais desde a educação infantil até o ensino médio.
Nesse sentido, a atual Base Nacional Comum Curricular (BNCC) prevê que “(…) a escola que acolhe as juventudes deve ser um espaço que permita aos estudantes conhecer-se e lidar melhor com seu corpo, seus sentimentos, suas emoções e suas relações interpessoais, fazendo-se respeitar e respeitando os demais”.
Dicas para você desenvolver as suas competências socioemocionais
Os anos iniciais da formação de uma pessoa são fundamentais para o desenvolvimento das suas competências socioemocionais. Apesar disso, é fundamental lembrar que a personalidade de um indivíduo não é estática ou fixa.
A partir da experiência que a pessoa vai adquirindo na sua trajetória, e dependendo da sua força de vontade, também é possível desenvolver as competências socioemocionais ao longo da vida.
Se você está nessa busca por desenvolvimento, confira algumas dicas que poderão ajudá-lo nesse processo:
1. Autoconhecimento
O primeiro passo para reconhecer as próprias emoções e ser capaz de gerenciá-las corretamente é se autoconhecer. Isso significa ter uma maior compreensão das próprias potencialidades e talentos, assim como das suas vulnerabilidades, medos e frustrações.
Entre os métodos mais indicados de autoconhecimento estão as diversas modalidades de psicoterapia e práticas meditativas (como a terapia cognitivo-comportamental e o mindfulness, por exemplo).
2. Bagagem cultural
Além de se autoconhecer, vale também compreender a dinâmica das emoções de uma maneira universal. Bons livros, obras de arte, filmes e até séries de TV nos transportam para outras realidades e nos fazem ver a vida com outros olhos.
Essas experiências podem provocar novos pensamentos que levem ao senso crítico e a um entendimento maior da psicologia humana.
3. Práticas cooperativas
Praticar atividades que envolvam espírito de equipe e colaboração é uma boa maneira de exercitar as competências socioemocionais. Esportes coletivos, aulas de dança, oficinas criativas e estudos em grupo são alguns exemplos. Procure alguma dessas experiências, que tenha mais a ver com o seu perfil, e busque o desenvolvimento das suas competências socioemocionais.
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